quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Congestionamentos de carretas chegam a 50 quilômetros na rodovia Santarém-Cuiabá


Por: Manoel Cardoso

As precárias condições de trafegabilidade das rodovias Santarém-Cuiabá (BR-163) e Transamazônica (BR-230), no oeste do Pará, levaram motoristas de carretas a denunciar o abandono das estradas. Por conta dos atoleiros, congestionamentos gigantes se formam nas duas rodovias.
Entre eles, um congestionamento de quase duas mil carretas, entre os municípios de Itaituba e novo Progresso, no entrecho entre os distritos de Cacoal e Moraes de Almeida, chegou a atingir 50 quilômetros, nesta semana. Devido ao período chuvoso (inverno amazônico), os motoristas que transportam soja de municípios do Norte do Estado do Mato Grosso, até o Porto de Santarém, no Pará, enfrentam dificuldades para trafegar na BR-163.
Segundo os caminhoneiros, dezenas de atoleiros atormentam a vida de quem trafega na estrada federal. Os caminhoneiros afirmam que levam pelo menos sete dias para trafegar da Cidade de Sinop, no Mato Grosso, até Santarém. Alguns carros ficam dias parados na rodovia. Em alguns pontos, tratores auxiliam os motoristas para sair dos atoleiros.
Segundo os motoristas, dos 1.055 quilômetros, da divisa do Mato Grosso, até o Porto de Santarém, 400 quilômetros ainda não foram asfaltados, aumentando os riscos para quem trafega na estrada e prejudicando o escoamento de grãos pelo corredor Arco Norte.
Além das dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros de transportar a soja até Santarém, de onde os grãos são exportados para países da América do Norte, Europa, Ásia e América do Sul, cidades do oeste do Pará sofrem com a falta de produtos domésticos, frutas e verduras.
Os problemas causados pela falta de trafegabilidade da rodovia Santarém-Cuiabá levaram a Prefeitura do Município de Trairão, a decretar situação de emergência.
A Prefeitura de Trairão informou que chegou a colocar em prática o decreto, devido o trecho não asfaltado da Cuiabá-Santarém, não apresentar condições de trafegabilidade, deixando comunidades sem ter acesso a sede do Município, além de provocar a falta de abastecimento de alimentos, água e combustível. Dezenas de alunos também estão sem transporte escolar.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), trabalhadores foram enviados para os locais onde estão os atoleiros. Porém, devido às chuvas constantes os trabalhos de recuperação da rodovia estão sendo prejudicados.
Na manhã de terça-feira, 21, durante a visita à Santarém, da comitiva dos ministros da Integração Nacional, Helder Barbalho e de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, os diretores da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES) entregaram um documento oficializando o pedido de conclusão e concessão da BR-163. Em março próximo, uma comitiva formada por representantes da região, estará em Brasília em busca da resposta para a demanda apresentada.


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