terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sistema eleitoral brasileiro permite que presidente do PPS assuma vaga de vereadora sem ter recebido um unico voto

Vereadora Gilmara Elisa Ricardo (PPS), que assumiu cargo na Câmara de Rio dos Cedros (186 km de Florianópolis) sem ter tido nenhum voto
Vereadora Gilmara Elisa Ricardo (PPS), já foi princesa da 3ª Festa da Linguiça
O fato aconteceu na cidade de Rio dos Cedros (em Santa Catarina, a 186 km de Florianópolis), onde  a doceira Gilmara Elisa Ricardo (PPS), 38, décima suplente da coligação com o PMDB foi empossou como vereadora, na noite da última segunda-feira (22), O curioso é que a nova vereadora não recebeu um único voto em 2012, nem ela votou em si mesma.
A suplente ocupou a vaga de Anilda Moser (PMDB), mais votada daquele pleito com 658 votos, que tirou licença de 30 dias.
"Eu não queria ser eleita, por isto não votei em mim e dei meu voto para meu marido", disse Gilmara, por telefone, explicando o zero voto. O marido, Laudenir Barbosa (PPS), também ficou na suplência.
A Câmara da cidade se reúne uma vez por semana, toda segunda-feira. O salário é de R$ 2.000.
Gilmara é presidente do PPS municipal. Nunca tinha disputado eleições antes. Contou que seu nome estava na chapa da coligação PPS-PMDB apenas para garantir a cota necessária de mulheres candidatas exigida por lei.
A vereadora Anilda explicou que havia um acordo não escrito entre os aliados PMDB e PPS de permitir alternância no cargo de vereador entre titulares e suplentes.
"Eu estava preocupada em ceder meu lugar para Gilmara porque nem ela votou em si mesma. Mas, como ela foi diplomada pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral], não há nada de ilegal. Todos os vereadores aqui cedem um tempo para os suplentes das bancadas assumirem", declarou Anilda.

Prefeito fala em boicote

O prefeito Fernando Tomaselli (PP) foi contra a posse: "Vou orientar minha bancada [4 dos 9 vereadores] a ir contra qualquer projeto que ela apresente. Se tem zero voto, estará representando zero cidadãos, o que é uma coisa estapafúrdia".
Gilmara participou da sessão de segunda já apresentando um projeto para recuperar uma estrada vicinal. Tomou gosto pela tribuna e se tornou desafiante: "Nunca fui politiqueira, mas agora fiquei tão irritada com as críticas dos adversários que da próxima vez vou concorrer para ganhar uma vaga direta, não quero mais ser suplente".

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